Conheça a história do nosso Sindicato

Nossa História



No dia 23 de agosto de 2018, iniciou-se a gestão 2018-2020 do SindCecierj, composta por Filipe Dutra, Mario Lima (Presidência e Vice-Presidência), Paula Barja (Diretoria Financeira), Licia Matos, Mariana Caser (Diretoria de Comunicação) e Fernanda Novaes (Diretoria de Mobilização, a quem se juntou, em abril de 2019, Renan Alves). Desde o primeiro momento, percebemos a necessidade de estabelecer uma estrutura fluida de funções, então começamos a praticar um modelo ainda não oficializado de copresidência. Desse modo, nesse biênio, todos os membros da gestão participaram amplamente das decisões tomadas e das ações sindicais.Logo de início, lidamos com as expectativas geradas pelas eleições de 2018, que resultaram em mudanças radicais no Governo do Estado, tanto na figura do governador Wilson Witzel, quanto dos deputados da Alerj.Alguns avanços foram feitos nesse mandato. No que se refere à apresentação do Sindicato, foi adquirida uma linha de celular e um notebook próprios, além de uma conta bancária, que permitiu o pagamento da mensalidade por boletos, facilitando e despersonalizando a cobrança aos filiados. Já sobre as pautas sindicais, houve uma forte atuação junto à Alerj e ao Conselho Superior para a aprovação de dois projetos de lei criados ainda na gestão anterior: o PLC 49-A/2017, que instituiu duas vagas para servidores na Fundação em tal Conselho, e o PL 3501/2017, que regulamenta a escolha da Presidência da Fundação. A partir de conversas com deputados e reitores das universidades, conseguimos a aprovação do primeiro e avançamos com as emendas e o apoio ao segundo. Outra grande conquista desse período foi o vale-refeição, em julho de 2019, pleito que data das primeiras formações da Acecierj e que foi obtido por meio de licitação, conforme proposto pela gestão 2014-2018Em 2019, enfrentamos uma mudança inédita na presidência da Fundação Cecierj. Gilson Rodrigues entrou no lugar de Carlos Bielschowsky, por indicação do então Secretário de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues. Foi necessária uma adaptação ao novo presidente, bem como às mudanças feitas na Fundação nesse período. Um dos marcos dessa difícil negociação foi a perda da sala do Sindicato no prédio da Central do Brasil. Mais tarde, em maio de 2020, durante a pandemia de Covid-19, o SindCecierj fez uma forte campanha pelo afastamento de Gilson Rodrigues, após denúncias, expostas na grande mídia, de seu envolvimento em esquemas de corrupção no estado do RJ. Com grande adesão tanto de servidores como da comunidade da Fundação Cecierj em geral, tivemos uma vitória histórica, que resultou em fortalecimento ao nosso PL de democratização.A gestão foi marcada, ainda, pela primeira edição do evento #valorizaCecierj, idealizado e organizado pelo SindCecierj, que deu espaço para que servidores e funcionários falassem sobre seus projetos para além do trabalho na Fundação; pelo convênio com a Assemperj, que possibilita desconto em planos de saúde e acesso ao pacote de vantagens Masterclin; pela profícua participação no Fosperj (Fórum Permanente de Servidores Públicos do Rio de Janeiro), união de entidades estatais do RJ e, finalmente, pelas negociações sobre o teletrabalho desde o primeiro decreto do Governo do Estado sobre a necessidade de isolamento social durante a pandemia de Covid-19.Uma particularidade dessa gestão é que, à exceção de dois de seus membros, Mario e Paula, remanescentes da diretoria anterior do SindCecierj, os demais integrantes da chapa aprenderam na prática cotidiana o que é ser sindicalista. Nenhum deles tinha o objetivo de entrar para o Sindicato, apesar de todos se caracterizarem por sempre terem contribuído e marcado presença nas ações coletivas dos servidores. Mediante o vazio de inscrições de chapas, os diretores que estiveram à frente do SindCecierj de 2018 a 2020 o fizeram com o intuito de manter o Sindicato vivo e atuante, mas, ao final do mandato, aprenderam muito sobre os meandros da gestão pública, sobre negociações políticas e viram o coletivo se fortalecer ainda mais.Vida longa e feliz ao SindCecierj!

Em agosto, houve eleição na associação. A maior parte da diretoria permaneceu, com alguma renovação e ampliação: continuamos eu, Vittorio, Clarisse, Judith e Renata; saíram Fábio Andrezo e Daniel Figueiredo ; entraram Paula Barja, Mário Lima e Everton Santos. Os salários continuavam atrasando e para marcar o dia do servidor público, organizamos uma palestra com o professor Mauro Osório, da UFRJ, para falar dos problemas estruturais das finanças do estado do Rio de Janeiro. Faríamos uma ação semelhante no ano seguinte, com o professor Bruno Sobral, da Uerj.

Nesse segundo semestre de 2016, os embates do Muspe em frente à Alerj se tornaram mais violentos, com o uso frequente de bombas de efeito moral e balas de borracha. Além disso, tínhamos uma nova frente de batalha. Descobrimos que havia uma articulação para a criação de um sindicato meramente cartorial (Sindserj), que reclamava como base todo o funcionalismo público estadual. Mesmo sindicatos históricos como o Sepe tiveram que brigar na justiça para defender sua atuação. A quase totalidade de servidores público teve um dia de desconto em prol desse sindicato e até onde me consta, esse dinheiro está travado na justiça até hoje. Em decorrência desse ataque à nossa base, no início de 2017, tomamos a decisão em assembleia de transformar nossa associação em sindicato!

2017 foi um ano duríssimo para a nossa categoria. Além da ameaça de perdermos da nossa representação política, fomos despejados novamente, sofremos o aumento da nossa contribuição previdenciária de 11 para 14% e, o pior, o governo chegou a nos dever 3 meses de vencimentos acumulados. Tivemos muitas perdas de servidores concursados nessa época. Novamente foi nossa articulação com outras categorias que nos ajudou a enfrentar esse período. O Muspe organizou uma campanha de doação de alimentos que fez diferença na vida de muita gente. Por outro lado, o próprio movimento já não estava tão unificado assim e as fissuras internas ficavam cada vez mais profundas e evidentes.

Mesmo nesse contexto pouco favorável, houve conquistas importantes. Conseguimos apoio para construir dois projetos de lei importantes para o fortalecimento institucional da Fundação: um que previa a representação de servidores no Conselho Superior da Fundação – finalmente aprovado cerca de 2 anos mais tarde – e outro que busca garantir critérios mínimos e um mandato fixo para a presidência da Fundação.

Em 2018, os salários foram finalmente regularizados e pudemos ter algum respiro. Por outro lado, as contradições internas do Muspe se tornaram insustentáveis e o movimento colapsou em julho. As categorias mais próximas (algumas das quais estão representadas nas fotos da homenagem), no entanto, continuaram unidas e mais tarde, já com o nosso sindicato sob um nova diretoria, começaram uma nova articulação sob o nome de Fosperj. Em agosto tivemos eleição – Paula e Mario continuaram na diretoria e se juntaram a eles Mariana Caser, Fernanda Novaes, Licia Matos e Filipe Dutra – e coroamos nosso mandato com essa linda homenagem do deputado Eliomar Coelho.
Bruna Werneck

Há exatos dois anos, eu, Vittorio Lo Bianco, Clarisse Almeida, Renata Vittoretti, Judith Mello, Paula Barja, Mário Lima e Everton Santos fechávamos com chave de ouro nosso mandato (2016-2018) à frente do sindicato. Em 30 de agosto de 2018, recebíamos na Alerj uma homenagem do deputado Eliomar Coelho pela nossa atuação em defesa da educação e do serviço público. Naquele momento, junto aos nossos colegas conseguimos perceber claramente que toda a nossa trajetória na luta sindical até aquele momento não havia sido a toa.

A composição da mesa no plenário da Alerj – com companheiros de outras categorias do estado: Flávio Sueth, da Assemperj, Luciane Silva, da Aduenf, Anelise Roque, da Asproerj, Nelson, da Anaferj e Gustavo Belmonte, da Asdperj – já é evidência da construção da nossa luta sindical. Os anos do governo Pezão foram muito cruéis com o funcionalismo estadual. Muitas categorias sofreram com mais de dois anos de salários atrasados, ameaças de privatizações, e efetivos cortes de direitos, como congelamento de progressões, promoções e aumento da contribuição previdenciária, mudanças de regras quando a licenças sem vencimento (apenas alguns exemplos). No mesmo dia, foram homenageados também nossos colegas da Anaferj – Associação dos Analistas da Fazenda Estadual.

Vale lembrar que eu, Vittorio, Clarisse, Judith e Renata fechávamos ali nosso segundo mandato. Quando assumimos, ainda em 2014, tínhamos poucos meses de funcionalismo público e nenhuma noção do que nos aguardava! Totalmente inexperientes no que se refere à luta sindical, sabíamos apenas que a luta era necessária frente ao cenário político da atualidade. A Associação de Servidores da Fundação Cecierj (Acecierj) que encontramos existia de fato, porém não de direito. Antes do nosso concurso, a Fundação contava com apenas 40 servidores estatutários e os custos da formalização da associação se tornavam inviáveis.

A partir de abril 2014, chegaram cerca de 120 novos funcionários e isso, por si só, é uma pequena revolução. Esse monte de gente chegou com diferentes experiências e ideias. Todas, como qualquer pessoa que muda de emprego, querendo ser felizes na nova etapa de vida. Agradecemos às lideranças anteriores da Acecierj, que logo se esforçaram para nos ensinar que dependemos uns dos outros para buscar melhorias nas nossas condições de trabalho. Nós trabalhávamos no prédio conhecido como Banerjão, sob constantes ameaças de despejo, pois já era notório que o prédio precisava de reformas. Assumimos a diretoria da associação em agosto 2014 e nossas pautas iniciais eram muito básicas: conserto do ar condicionado, extintores de incêndio dentro da validade, treinamento para caso de emergência, mobiliário novo, regras justas para o controle de ponto biométrico, além da defesa de um planejamento estratégico para a Fundação para que pudéssemos nos reconhecer e nos fortalecer como instituição. E assim foi o tom do nosso primeiro ano de mandato, com muitas reuniões com os servidores de todos os departamentos e eventos de integração. Destacamos a festa do Dia do Servidor Público, a confraternização de fim-de-ano no Museu Ciência e Vida, que contou com sessão no planetário para os servidores da casa e a do Dia do Trabalhador, já em 2015.

Com pouco mais de um ano de mandato, os desafios se tornaram muito maiores e mais complexos. Em novembro de 2015, nosso salário foi parcelado em duas vezes. No início de dezembro, não entrou a segunda metade do décimo terceiro (que viria a ser parcelada em 5 vezes). Em seguida, veio a mudança do calendário de pagamento: o salário não mais seria pago no segundo dia útil, mas no quinto e, posteriormente no décimo (que pode ser até o dia 15 do mês). Logo percebemos que precisaríamos nos unir a outras categorias do funcionalismo estadual, que estavam sofrendo os mesmos problemas. No início de 2016, se constituiu o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) cujas pautas principais eram (1) pagamento de salário em dia e o retorno do calendário de pagamento ao segundo dia útil e (2) derrubada do que chamávamos de pacote de maldades – um conjunto de propostas do governo Pezão que visavam a retirada de direitos e a privatização de diversos órgãos estaduais.

Março desse ano foi um mês marcante para o nosso amadurecimento enquanto organização classista: foi o mês em que formalizamos e obtivemos o CNPJ da nossa associação e também, o mês em que entramos em greve (a partir da constituição de uma comissão de greve). Agradeço até hoje a orientação do Dr. Ítalo Pires Aguiar, advogado que ainda atende o sindicato e que se tornou meu amigo nesse processo! Nossa greve foi muito forte e bonita, de valorização da instituição, para além dos trabalhadores. Fizemos inúmeras ações de sensibilização do público – tanto no centro do RIo de Janeiro, como em Duque de Caxias, perto do Museu – para que a população conhecesse os projetos da Fundação, antes de falarmos sobre as condições precária de trabalho que tínhamos. Entre nossas pautas de greve estavam o planejamento estratégico e transparência na gestão. Após a audiência de conciliação, em 12 de maio, retornamos ao trabalho, mas mantivemos um alto grau de mobilização, com uma ação coordenada entre as três sedes (centro do Rio, Benfica e Museu), em que atualizávamos todos os dias um mural com as nossas demandas.

Em julho do mesmo ano, fomos, de fato, despejados do Banerjão, após um processo muito estressante de incerteza quanto ao nosso destino. Acabamos indo para uma sede em boas condições, na rua da Glória, com mobiliário adequado e uma vista lindíssima para a baía de Guanabara. Porém… (1). a mudança foi feita às pressas e ficamos cerca de um mês sem acesso a internet lá, período durante o qual ficamos trabalhando de casa; (2) discordamos da solução do governo do estado de pagar aluguel, em vez de reformar e utilizar um de seus imóveis próprios e (3) felicidade dura pouco e em menos de um ano depois fomos despejados novamente (justamente pelo curto do imóvel), mas isso é assunto para mais adiante.
Em agosto, houve eleições na associação. 

A maior parte da diretoria permaneceu, com alguma renovação:
Bruna Werneck

O mais legal quando você entra numa luta por direitos é quando o resultado esperado supera os interesses pessoais, ou mesmo de um grupo pequeno, e atinge uma parcela significativa da sociedade. Esse foi o tipo de combate travado pela Associação dos servidores da Fundação CECIERJ desde o seu começo, ou mesmo antes dele.

Quando, desde outubro de 2006, poucos meses após a nomeação dos primeiros concursados, os servidores Leonardo Vianna e Esteban Moreno, começaram a intermediar as reivindicações junto à presidência. Nesse momento, nosso interesse eram os benefícios de alimentação e transporte, ou seja, o mínimo para que tivéssemos tranquilidade para desenvolvermos nossas atividades laborais.

Com o tempo, passamos a compreender nosso papel junto à educação e à divulgação das ciências na sociedade fluminense. Assim, ficou mais premente a necessidade da melhoria nas condições de trabalho, tanto remuneratória, quanto material, de cada um de nós.

Após vários pedidos e solicitações, várias desculpas as mais exdrúxulas foram dadas aos servidores e aos seus representantes. A partir daí, a criação de uma associação que representasse os servidores foi um caminho natural e necessário.

Com a criação da ACECIERJ, em 2009, a relação entre a presidência e os órgãos estaduais ficou mais formal e, com isso, não eram mais os servidores, mas a Associação deles. Superamos o ambiente interno em nossas reivindicações e passamos a atuar na Governadoria, na Assembleia Legislativa (ALERJ) e onde mais fosse necessário para alcançarmos nossos objetivos.

Tivemos reuniões com deputados, com secretário de Fazenda, Ciência e Tecnologia e até mesmo com o vice-governador Pezão, na época anterior ao seu mandato de govenador. Muita conversa, muitos protestos, muito barulho, até que em 2013, conseguimos o tão aguardado Plano de Cargos e Salários (PCV). O PCV proporcionou uma melhora substancial em nosso salário. E, após muitos anos, conseguimos respirar aliviados com um pouco mais de respeito e consideração profissional. Mas ainda faltavam muitas coisas para que tivéssemos o mínimo de condições para continuarmos tranquilamente nossa atividades profissionais. Mantivemos a luta por vários anos até a chegada dos nossos novos colegas em 2010. Mas essa é outra história…

Últimas notícias